Desde que fui ordenado bispo, no dia 15 de setembro de 2012, em Barbacena, sabia que exerceria os meus primeiros anos de ministério episcopal nesta querida diocese de Leopoldina. Aceitei a missão episcopal sabendo que seria bispo desta porção do povo de Deus. Seis anos e três meses se passaram e agora, por desígnio de Deus e a pedido do querido Papa Francisco, parto para um novo desafio, uma nova missão.
Dizem que “o primeiro amor a gente nunca esquece”. E é verdade! Por causa da minha inexperiência e da novidade própria do ministério que estava assumindo, cheguei nesta diocese com o coração temeroso e cheio de expectativas. Com o tempo, fui aprendendo a conhecer a belíssima realidade desta diocese e a amar o seu clero e o seu povo. Agora, seis anos e três meses depois, parto com o coração mais tranquilo e com um forte sentimento de gratidão.
Muitos passos foram dados ao longo deste período, graças ao empenho de tantas pessoas que fazem a história desta diocese ser ainda mais bela. Me recordo com carinho do nosso clero, padres e diáconos. Vivemos muitas experiências juntos e, graças à acolhida e ao espírito de corresponsabilidade, pudemos desenvolver projetos importantes para a caminhada desta igreja particular. Numa experiência eclesial marcada fortemente pela busca de comunhão e da participação, tendo Jesus Cristo como nosso grande mestre e guia, pudemos juntos dar a nossa contribuição para a construção do Reino de Deus nesta querida diocese. Peço desculpas pelas minhas falhas e pelos momentos em que tive que atuar de modo mais firme com algum dos irmãos presbíteros. Podem ter certeza de que o desejo era sempre de acertar e preservar a identidade da nossa igreja particular e do ministério ordenado.
Durante estes seis anos e três meses de exercício incansável do ministério episcopal nestas terras abençoadas, o presbitério desta diocese foi enriquecido com 14 novos sacerdotes que tive a graça de ordenar. Cada ordenação foi um momento muito forte na minha vida de bispo. Foi muito marcante para mim poder constituir novos membros para o serviço do Senhor através do ministério sacerdotal.
Agradeço também ao clero de Leopoldina pela acolhida nas visitas pastorais. Tive a graça de fazer 44 visitas pastorais. Foram momentos fortes de contato com o nosso povo piedoso e sofrido, mas também de comunhão fraterna com os párocos, administradores paroquiais e vigários paroquiais. As visitas pastorais, apesar de terem sido exigentes, sempre me trouxeram grande alegria. É no meio do povo que me sentia mais pastor, a exemplo de Jesus Cristo, o bom pastor. Experimentei grande prazer em estar em contato pastoral com os cristãos leigos e leigas e com o clero da nossa Diocese.
Sei que muito mais poderia ser feito, mas o que Deus permitiu foi realizado. Durante estes seis anos e três meses tive a grata satisfação de reformar o centro de pastoral Dom Reis, e de reformar também a cúria diocesana e a residência episcopal, e agora estamos também na reforma e ampliação do nosso seminário Nossa Senhora de Guadalupe, que tem a previsão de terminar em junho, sempre contando com a ajuda e o empenho dos nossos padres e principalmente de vocês, povo de Deus. Tudo isso só foi possível com a doação generosa de vocês. Deus lhes pague.
Quero manifestar gratidão especial aos leigos e leigas da diocese de Leopoldina. Durante estes seis anos e três meses aprendi a amar vocês, a admirar o trabalho que fazem com amor e perseverança em favor das nossas comunidades e aprendi, sobretudo, a ser bispo conforme o coração de Jesus Cristo, o bom pastor! Muito obrigado pelo testemunho de amor a Jesus Cristo, à igreja e aos ministros ordenados. Levarei todos vocês no meu coração: crianças, jovens, casais, idosos, pessoas doentes, os pobres, os que pude encontrar e encorajar ao longo destes anos. Contemplei o rosto de Deus em muitos de vocês! Nunca me esquecerei das acolhidas fervorosas e verdadeiras nas paróquias pelas quais passei fazendo as visitas pastorais, também nas festas dos padroeiros, celebrações de crismas. A vocês, minha eterna gratidão. Continuem firmes na missão!
Agradeço também aos religiosos e religiosas pela acolhida fraterna e pela colaboração generosa nas atividades evangelizadoras da Diocese de Leopoldina. Gratidão também aos seminaristas e vocacionados, futuro desta igreja particular. Que Deus cumule de muitas graças e bênçãos ao longo do processo formativo.
Como já afirmei em outros momentos, uma das grandes alegrias que experimentei durante estes seis anos foi a de me encontrar pessoalmente com o Papa Francisco. No dia 03 de setembro deste ano, pude participar da audiência com o Santo Padre e de almoçar com ele. O contato mais próximo e filial com ele renovou a minha vocação e me motivou a abraçar com novo ardor o meu compromisso episcopal. Como já afirmei em outros momentos, no contato pessoal com o Papa Francisco pude perceber o grande amor dele à Igreja e a humildade com que ocupa a cadeira de Pedro, em Roma. Homem de profunda simplicidade, mas de grande alegria e espírito de amor à igreja e aos bispos. Diante do Papa Francisco, observando as suas atitudes e o seu jeito paterno de ser, não tive dúvidas de que escolhi o lema certo para o meu episcopado, “Servus in Charitate” (Servo no Amor).
E agora, o mesmo Papa Francisco, me confia esta nova missão na Diocese de São João de Rei. Com espírito de desprendimento e de obediência, acolhi o seu pedido e parto agora para esta nova missão, levando toda a Diocese de Leopoldina na minha mente e no meu coração. Levarei na minha bagagem da existência muito aprendizado e muitas saudades de todos desta querida diocese.
Olhando para o percurso feito até o momento e fazendo uma releitura espiritual de tudo que aconteceu, vejo que só tenho que agradecer imensamente a Deus e à igreja por terem me confiado esta missão tão árdua, tão exigente, mas tão gratificante do episcopado. Rogo a todos que rezem por mim para que eu continue sempre fiel a esta missão que Deus me confiou. Muito obrigado! Recebam as minhas bençãos!
Dom José Eudes Campos do Nascimento
Administrador Apostólico da Diocese de Leopoldina