HISTÓRIA DO INSTITUTO DAS RELIGIOSAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE MARIA
ANTÔNIO PIERRE JEAN GAILHAC
13/11/1802 – 25/01/1890
Antônio Pierre Jean Gailhac, nasceu numa pequena cidade de Béziers, no sul da França, a 13 de novembro de 1802, em tempo de guerra, no seio de uma família cristã de sete filhos.
Inserido em um contexto histórico conturbado pelas questões sócio políticas, desde criança, Gailhac foi incentivado a traduzir a fé em gestos concretos através de uma profunda sensibilidade à situação das crianças carentes de sua cidade. Aprendeu desde cedo a ser solitário. Até que a juventude o encontrou cheio de entusiasmo diante da possibilidade de consagrar-se a Deus, através do sacerdócio aos 24 anos, pela entrega total de sua vida aos pobres.
O projeto de vida do Pe. Gailhac para a sua vida sacerdotal, fundamentava-se nas seguintes declarações: “Não serei um outro padre qualquer. Serei um padre bom e santo” e viverei para “ conhecer e amar a Deus e fazê-lo conhecido e amado”. Por causa desse seu jeito de viver, na missão que exerceu como capelão do hospital militar deixou-se sensibilizar pelas mulheres prostituídas.
Neste trabalho com as prostituídas, enfrentou o preconceito daqueles que não achavam decente um padre lidando com “moças da má fama”. Contudo, encontrou também o apoio de tantos que viam em seus gestos, uma forma legítima e bela de praticar o seguimento de Jesus Cristo. Assim, nasceu sua primeira obra, o “ Refúgio do Bom Pastor ”. Depois destas vieram outras obras: Orfanato : um lar para menores abandonados;Congregação do Sagrado Coração de Maria – senhoritas e senhoras que consagraram a sua vida a Deus; Preservação : uma casa a para receber moças pobres que precisavam de um encaminhamento na vida, a fim de que escapassem das tentações do “caminho mais fácil” ; Irmãs da Virgem: uma instituição para leigas que queriam se consagrar a Deus; Internato Sagrado Coração de Maria: escola para as jovens da sociedade ; Congregação do Bom Pastor: rapazes que queriam consagrar a sua vida a Deus ; Colônia Agrícola: para rapazes podres desempregados
Padre Gailhac pode ser este grande empreendedor, porque desde sempre foi um homem de parcerias, soube contar com a generosidade de tantos colabores e colaboradoras. A senhora Apollonie Pélissier Cure e seu marido foram pessoas aliadas a esse trabalho. Após se tornar viúva, Apollonie, consagrou-se à vida religiosa e passou a se chamar Mère Saint Jean. Nela, o Pe. Gailhac encontrou disposição e coragem para fundar o Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria, Virgem Imaculada, em 24 de fevereiro de 1849.
O Instituto foi marcado pelo carisma de Gailhac e pela sua espiritualidade, alicerçada no contato com a Palavra de Deus e radicada na sensibilidade pelos abandonados e oprimidos. Uma espiritualidade que se aproxima do Cristo compassivo, expressa na Parábola do Bom Pastor, que veio “Para que todos tenham vida” (Jo 10,10)
Após anos de serviços voltados para crianças carentes, jovens marginalizados e vítimas da prostituição, Padre Gailhac morreu no dia 25 de janeiro 1890, mas permanece vivo e cada vez mais atual como modelo da ética, bondade, empreendedorismo, generosidade, amor e fidelidade ao Projeto de Jesus Cristo.
Apollonie Pellisier
02/02/1809 – 04/03/1869
Nascida em Murviel, França, numa família católica, Apollonie foi rodeada de amor e conforto. Muito cedo seus pais a enviaram para estudar interna em um colégio de Béziers, cidade próxima. Tornou-se uma linda jovem e com seu carisma e inteligência era admirada por todos, inclusive pelo jovem amigo, Eugène Cure, com quem se casou em 1831. O advogado Eugène era amigo de infância do Padre Gailhac, morando em Béziers, o casal passa a apoiar Gailhac. Com ele, partilham os seus recursos financeiros, proporcionam a ampliação dos espaços físicos para as obras do Padre Gailhac, inclusive se responsabilizam pela construção de uma capela.
No dia 02 de novembro de 1848, Eugène falece repentinamente, deixando Apollonie sem filhos. A perda do marido não a impede de abrir seu coração a Deus e, tocada por ele de forma especial, coloca para o Padre Gailhac, o seu desejo de consagrar a sua vida a Deus. Padre Gailhac a acolheu e Apollonie se tornou a Ir. Saint Jean.
A vida e obra de Padre Gailhac e de Mère Saint Jean servem como luz e inspiração para todos alqueles que, na atualidade, se esforçam por continuar a sua obra.
Expansão do Instituto
Desde a fundação do Instituto, o espírito missionário inflamou as Religiosas do Sagrado Coração de Maria. Assim, no seu início, o Instituto lançou as suas bases em diversos países:
• França – 1849
• Irlanda – 1870
• Portugal – 1871
• Inglaterra 1872
• Estados Unidos – 1877
• Brasil – 1911
• Espanha 1911
• Itália – 1930
• Países de Gales – 1939
• Canadá – 1943
• Colômbia – 1947
• Moçambique – 1952
• México – 1954
• Zimbabwe – 1956
• Zâmbia – 1966
• Mali – 1971
• Escócia – 1971
Atualmente encontram-se radicadas nos Continentes com seus respectivos países:
África: Mali, Moçambique, Zâmbia e Zimbabwe
América: Brasil, México e Estados Unidos
Europa: Escócia, França, Inglaterra, Irlanda, Itália, País de Gales, Portugal
BRASIL
Em 11 de março de 1911, as ousadas Irmãs portuguesas, Maria de Aquino Vieira Ribeiro, Maria de Assis e Santa Fé, pisaram em terras brasileiras, movidas pela audácia própria de quem é apaixonado pelo Projeto de Deus: “ Para que todos tenham Vida”. (Jo 10,10)
As três Irmãs foram capazes de transformar as dificuldades e desafios em oportunidades.
No Brasil, o Instituto começou a se expandir com a criação de colégios e orfanatos. O número de Religiosas foi se multiplicando e, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro onde iniciaram a missão, passaram a trabalhar também em São Paulo , Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Brasília, Paraíba, Bahia e Goiás. Os ministérios foram se diversificando para atender às necessidades e aos apelos da Igreja.
Hoje, as Religiosas estão atuando em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e na Bahia.