A missão como testemunho de comunhão
“Para que eles sejam um, assim como nós somos um.” (Jo, 17,11)
Dentre os muitos elementos que me despertam a atenção no âmbito da missão há aquele que se refere à dimensão da comunhão. Normalmente nas regiões missionárias estão presentes muitas congregações religiosas (femininas e masculinas), padres diocesanos, vindos de outras dioceses e do clero local; além de seminaristas e leigos das mais diversas localidades que se dedicam a causa do Reino nessa região missionária.
Aqui na diocese de Óbidos (Pará) não é diferente, essa diversidade é facilmente perceptível. Um bom exemplo é a paróquia São João Batista, situada na pequena cidade de Faro, onde estou realizando minha experiência missionária. A paróquia conta com o apoio de um Padre diocesano, três irmãs (Franciscanas do Amparo), um missionário leigo, um seminarista, além de uma lista de missionários que por aqui passaram e deixaram bonitas histórias.
Esses homens e mulheres de boa vontade têm a desafiadora missão de testemunhar com a sua vivência o amor de um Deus que é Comunhão. São convidados a integrar-se em uma nova família, não formada por laços sanguíneos, mas sim pelo chamado de Deus. Tal chamado faz daqueles que nem se conheciam irmãos e os coloca na mesma tenda, construindo o mesmo Reino.
No entanto, essa comunhão não se dá de modo estático, mas dinâmico. É necessário disposição e abertura de cada um. Disposição para colocar os nossos dons a serviço e abertura para reconhecer que somos operários e não donos da Messe. Disposição para nos doarmos totalmente ao outro e abertura para suportarmos as nossas fraquezas e de nossos irmãos.
O que me encanta nessa árdua caminhada é o reconhecimento da Trindade Santa a nos empurrar para a busca dessa comunhão com ela mesma e com os irmãos e irmãs. Ilumina-nos as palavras do Papa Francisco: “É na comunhão, mesmo que seja fadigosa, que um carisma se revela autêntico e misteriosamente fecundo. Se vive este desafio, a Igreja pode ser um modelo para a paz no mundo” (EG 130).